03 outubro 2010

A actividade ígnea em Portugal e a abertura do Atlântico

Os maciços de Sintra, Sines e Monchique


Os três maciços têm em comum a forma elipsoidal, orientados paralelamente, com direcção W-E.


O núcleo do maciço de Sintra é sienítico, com um anel gabro-diorítico descontínuo a circundá-lo, estando a Este, em contacto com o granito, que é a rocha dominante. Devido à fracturação do complexo e das encaixantes, ocorrem filões em toda a área, tendo estes uma composição variada.


O maciço de Sines metamorfiza rochas carbonatadas do Jurássico a Norte e rochas pelíticas do Carbónico a Sul, originando corneanas calci-silicatadas e corneanas pelíticas, respectivamente. Os gabro-dioritos dominam o maciço, existindo uma rede de filões de composição variada. Este maciço data do Cretácico Superior (aproximadamente 72 Ma).


O maciço de Monchique intersecta xistos e grauvaques. A rocha dominante é o sienito nefelínico, mas existem outros sienitos com sodalite e hauina.


É de notar a variação da composição em sílica nas rochas tendo em conta a posição dos maciços. Em Sintra, o magma era muito rico em sílica, possibilitando a formação de granito em enormes quantidades. Em Sines, essa quantidade diminui drasticamente, visto que as rochas aqui encontradas são sienitos, inferindo-se que não havia mais sílica disponível. Já em Monchique, a quantidade de sílica diminui mais, ainda já que só chegam a ser constituídos sienitos ricos em feldspatóides, indicando uma deficiência em sílica do magma.


Verifica-se, assim, uma diminuição da quantidade de sílica presente no magma, de Norte para Sul. Em comum, os três maciços têm o sienito, que em Monchique é especial pela abundância da nefelina na sua constituição (sienito nefelínico).



Sem comentários: