14 fevereiro 2011

Gás offshore do Algarve pode sustentar Portugal entre 12 a 15 anos


António Costa Silva, presidente executivo da Partex Oil & Gas, acredita que o offshore do Algarve é rico em gás natural e que os dois blocos que foram descobertos na zona podem assegurar as necessidades do país "entre 12 a 15 anos". Sendo 20 vezes maiores do que as reservas em espanholas, a sua exploração reduziria a factura energética de Portugal em mais de 1000 milhões de euros por ano.

O offshore algarvio tem gás natural, no entanto, inexplicavelmente, a prospecção nesta zona continua bloqueada. Há oito anos, o Governo lançou um concurso para a concessão de dois blocos na costa algarvia, a sudoeste do Cabo de S. Vicente. Os espanhóis da Repsol ganharam o concurso, mas continuam a aguardar que lhes assinem o contrato para que possam começar a operar.


Existem rochas geradoras de hidrocarbonetos, armadilhas estruturais, rochas reservatório, há migração dos fluidos e já foram perfurados cinco poços no passado. Valeria a pena perfurar no deep offshore (águas profundas) e desenvolver o projecto, porque os riscos associados são “pequenos e os benefícios para o Algarve e país seriam enormes” defende o administrador da Partex.

Há possibilidade de haver no Algarve uma quantidade de gás da ordem dos 1900 milhões de pés cúbicos, o que dará para assegurar todo o consumo do gás do país durante 15 anos. 

Recorde-se que a exploração de hidrocarbonetos na costa algarvia, um assunto falado há mais de 15 anos, teve em 2007 desenvolvimentos, quando o Governo firmou em Janeiro desse ano três contratos com um consórcio composto pela empresa australiana Hardman Resources e pelas empresas portuguesas Partex e Galp, concessionando a pesquisa e exploração de hidrocarbonetos ao largo da Costa Vicentina. Já a concessão ao largo da ria Formosa, a que concorreu um consórcio liderado pela empresa espanhola Repsol, também deveria ter sido assinado naquele ano, alegadamente sem concurso público.

O assunto foi levado ao Parlamento pelo líder regional do PSD, Mendes Bota, que afirma não existirem garantias de que a região seja indemnizada, em caso de um acidente ou desastre ambiental. “Há apenas um seguro que retira uma pequena percentagem do orçamento anual das companhias petrolíferas, mas que de maneira nenhuma cobre os prejuízos em caso de catástrofes”, referiu na altura o deputado social-democrata, para quem a região vai ficar numa posição de alto risco e ainda mais vulnerável a acidentes ecológicos com consequências desastrosas, uma vez que “já passam centenas de petroleiros pela costa da região, mas com estas explorações vão passar muitos mais e o risco vai ser agravado”.

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