«Portugal tem um potencial mineiro imenso que pode ajudar o país a sair da crise, defendeu o subdirector-geral da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), que acredita que está para breve a descoberta de petróleo.»
Esta afirmação não será, de todo, nova, nem extraordinária para qualquer pessoa que tenha a antiga 4ª classe como estudos. Não é uma ofensa a quem não teve meios para estudar, mas sim a quem não quer ver o óbvio. Senão, vejamos...
O território português foi, desde sempre, cobiçado pela sua riqueza mineralógica. Por cá, tudo quanto foi povo, esburacou, partiu, martelou e extraiu. Nem vale a pena dizer quem é que explorou, porque isso é entrar, literalmente, na contagem de todos os povos que trilharam nestas terras. Repare-se, no entanto, que, desde que este rectângulo é oficialmente Portugal, parece que nos fomos esquecendo das riquezas que o chão nos esconde.
«É um sector que, em 2007, exportou quase 900 milhões de euros, fora aquilo que gere em termos de facturação interna», sublinhou o especialista, acrescentando que «dá muito emprego e, como normalmente se situa em locais mais isolados, dinamiza uma actividade de desenvolvimento regional». No ano passado entraram 60 processos de pedidos de prospecção e pesquisa, muitos dos quais ainda estão em curso. Depois de receberem a autorização, as empresas estudam o terreno durante cerca de cinco anos. «Até se chegar à fase de exploração são muitos anos», disse.
Ouro, chelite, ferro e volfrâmio são os minérios metálicos mais explorados em Portugal, na grande maioria por empresas estrangeiras.
«As empresas portuguesas têm pouca tradição na prospecção de minérios metálicos. Nos não-metálicos há quase uma exclusividade porque os investimentos são menores e o retorno é mais rápido», explicou Carlos Caxaria. Segundo o engenheiro, na prospecção de metálicos «o risco é imenso, a probabilidade de haver retorno é baixíssima e as empresas portuguesas têm pouca vocação em investir em riscos desta natureza». A isto o engeo.web diz, em bom português, quem não arrisca, não petisca.
«Noventa e nove por cento dos projectos de prospecção não dão em nada», exemplificou. Neste momento estão em curso projectos de prospecção de ouro em Montemor, Jales (Vila Pouca de Aguiar) e Banjas (Porto), de ferro em Moncorvo e de chelite na zona do Douro.
Carlos Caxaria disse ainda estar «convicto de que é uma questão de tempo» a descoberta de petróleo em Portugal e defendeu que o Governo devia criar condições para as prospecções neste sector. «Isto envolve muitas dezenas de milhões de investimentos, que o Estado não tem oportunidade de fazer, só as empresas é que têm. Logo temos de criar condições legais e contratuais que sejam apetecíveis às empresas vir gastar esse dinheiro para Portugal», disse à Lusa.
«Depois de termos uma descoberta positiva então mudar a lei e ser mais exigentes nas contrapartidas. Faz parte das regras do jogo», acrescentou. Actualmente existem quatro áreas de prospecção e pesquisa de petróleo no mar e na terra: Bacia Lusitânica (Cabo Mondego, S. Pedro de Muel, Aljubarrota, Rio Maior e Torres Vedras), Bacia de Peniche, Bacia do Alentejo e Bacia do Algarve.
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Adaptado de: Diário de Notícias (2011/6/26)
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