22 novembro 2011

O Lioz - “Rocha que empresta a Lisboa a luminosidade do seu conjunto arquitectónico.”

   O Lioz é uma rocha ornamental utilizada imponentemente em Portugal, principalmente em monumentos históricos. Homogéneo, com natureza fina e compactação elevada, são estas as características que conferem a esta rocha propriedades físico-mecânicas para o seu uso como elemento estrutural de boa qualidade em construções.  

Aplicação do Lioz como rocha Ornamental (Mosteiro dos Jerónimos) 

Rudista
   Este é um calcário microcristalino com fósseis rudistas, grupo de bivaldes que se extinguiu no fim do período Cretácico. A presença destes fósseis nas rochas carbonatadas da região de Lisboa testemunha a existência de um antigo mar tropical costeiro, pouco profundo, e com fundos de vaza carbonatada.
   Com compactação elevada, e a sua textura parece apresentar veios magmáticos, que na realidade são secções das conchas fossilizadas de rudistas. O seu mineral essencial, em cerca de 100%, é a Calcite (CaCO3).


   
   A sua coloração normal varia entre branco e bege, mas pode apresentar cores variadas, desde o rosa-claro, vermelho-roxo, cinza, dourado, etc. A cor avermelhada deve-se à presença de óxidos de ferro. Quando a cor atinge um tom de amarelo queimado, pode-se afirmar que o conteúdo fossilífero e as características texturais diferem do lioz típico.

Amarelo de Negrais
   Existem diversas variedades de Lioz, que são diferenciadas por ocorrerem em horizontes/bancadas com determinadas características distintas dos adjacentes. As suas designações estão relacionadas com a localização de ocorrência, cor ou aspecto que adquire ao ser talhado. O Lioz “típico”, o Lioz Montemor, o Lioz Azulino, o Almiscarado, o Vidraço, o Encarnadão, o “Chainette”, o Abancado, o St. Florient Rose, o Amarelo de Negrais, são algumas das variantes do Lioz.

Lioz Montemor
  Na literatura pode se encontrar referência ao Lioz como uma rocha metamórfica, ou dizer-se que apresenta algum grau de metamorfismo, isto deve-se às suas características físico-mecânicas. Na verdade, apenas se especula que esta rocha possa ter sido afectada por metamorfismo de contacto, associado aos processos ígneos próximos.


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Adaptado de:
Gomes, Ana (2010). "O Lioz". Rochas Industriais e Ornamentais, Departamento de Ciências da Terra, Universidade Nova de Lisboa.

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