23 novembro 2010

Pluma vulcânica na Indonésia monitorizada por satélite

Os dados de satélite são cruciais para avaliar o risco relativamente ao tráfego aéreo e à segurança pública que a erupção do Merapi traz consigo.

Inúmeros voos internacionais, para dentro e para fora da Indonésia, foram cancelados devido às nuvens de cinza, que consistem numa ameaça à segurança porque as partículas podem levar à falha dos motores.

Por exemplo, a 28 de Outubro um airbus da companhia aérea Thomas Cook Scandinavia voou através do Merapi, numa rota entre a Indonésia e a Arábia Saudita, com paragem em Batam, onde descobriu que os motores estavam danificados e tinham de ser substituídos. Os Centros de Alerta para as Cinzas Vulcânicas (VAAC) são responsáveis por compilar informação relativa a este assunto, avaliando os riscos para a aviação. O VAAC da Austrália, em Darwin, está a recorrer aos dados de satélite da pluma para emitir as suas previsões.

Andrew Tupper, do gabinete de Meteorologia disse: “As informações da ESA têm sido muito úteis para o VAAC de Darwin, quando recebidas em tempo real, e esperamos que na análise pós evento possamos demonstrar muito mais valor potencial”.

Os satélites ajudam os VAAC fornecendo informações acerca das cinzas e do percurso dos gases, tais como o dióxido de enxofre, que surgem na atmosfera durante uma erupção. A Agência Espacial Europeia (ESA) envia alertas acerca do dióxido de enxofre praticamente em tempo real. Um mapa da localização deste gás é colocado numa página dedicada, fornecida no e-mail.

O apoio aos Serviços de Controle da Aviação tem por base os dados dos satélites Envisat, da ESA, MetOp, da Eumetsat e do Aura da NASA. A pluma de dióxido de enxofre e o seu movimento da Indonésia até à Austrália, de 4 a 13 de Novembro. Para saber se as aeronaves podem passas com segurança por baixo ou pelo meio de uma nuvem de cinzas e para prever o movimento da nuvem, os VAAC precisam de mais informação precisa acerca da altitude e do comprimento da pluma de cinzas.

Aprender com o passado: o Vulcão da Islândia (em islandês: Eyjafjallajoekull)
 A ESA começou o projecto Suporte à Aviação para Escapar às Cinzas Vulcânicas (Support to Aviation for Volcanic Ash Avoidance) como uma demonstração que recorre aos dados de satélite e medições do vento para calcular a altura de injecção das emissões vulcânicas.

As perturbações nos voos causadas pela nuvem do Monte Merapi são semelhantes à situação que a Europa enfrentou quando o vulcão islandês Eyjafjallajoekull expeliu grandes quantidades de cinza, deixando em terra inúmeros voos.

Em Maio, a ESA e a Eumetsat co-organizaram um encontro com cientistas líderes mundiais para que estes pudessem sugerir de que forma é que os satélites de observação da Terra podem apoiar os VAAC. A ESA e a Eumetsat estão agora a trabalhar na implementação de um conjunto de recomendações que foram realçadas no evento.

Os satélites operacionais, como o europeu Meteosat de Terceira Geração e o já planeado Global Monitoring for Environment and Security (GMES- Monitorização Global do Ambiente e da Segurança), irão assegurar a monitorização de cinzas vulcânicas a partir do espaço no futuro. 
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