Ao longo da história o Lioz foi muito utilizado, dominando as construções monumentais em Lisboa e arredores, e sendo exportado para os territórios ultramarinos, desde África até à América do Sul, onde a presença Portuguesa se impôs.
Utilizado em igrejas, palácios, chafarizes, túmulos, decoração de fachadas, colunas, pavimentos, pias, entre outros, eis alguns dos exemplos onde esta rocha foi empregue: Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Igreja de S.Roque em Lisboa, Padrão dos Descobrimentos, escadaria do Terreiro do Paço, estação do Rossio, Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, Centro Cultural de Belém, Convento de Mafra.
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Mosteiro dos Jerónimos |
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Padrão dos Descobrimentos. |
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Torre de Belém. |
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Convento de Mafra. |
O primeiro monumento registado onde se empregou Lioz foi a ermida existente no local da Igreija de Santos-o-Velho, que vem de tempos recuados a D. Afonso Henriques. Durante o reinado de D. João V é tal a intensidade de construções, e tão grandiosas, que é inevitável recorrer ao Lioz. A sua procura continua após o terramoto de 1755, onde esta foi a principal rocha utilizada na recontrução da Lisboa Pombalina.
O Lioz tem como principal utilização pedra de cantaria, revestimentos e decoração. O seu uso como pedra de cantaria deve-se à certa facilidade de trabalho, proporcionada pela dureza da calcite. É utilizada no interior em pavimentos e revestimentos, de preferência em áreas pouco húmidas, e em bancadas de cozinha, desde que devidamente tratadas. No exterior é utilizada em pavimentos e revestimento de fachadas ventiladas, onde há que se ter em consideração as juntas estruturais do edifício, dimensão das placas e tipologia de sistema de fixação, devido à dilatação da rocha e do edifício.
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Revestimento interior do Mosteiro dos Jerónimos. |
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Fachada do Centro Cultural de Belém. |
Esta rocha é explorada nos arredores de Lisboa, mas também, pontualmente, nos distritos de Leiria e Coimbra. Actualmente, e apesar de se encontrarem fisicamente condicionados pela ocupação da superfície, Pêro Pinheiro e arredores são as principais zonas de exploração do Lioz em Portugal, com principal mercado a indústria da construção, mas também obras funerárias, esculturas e peças de decoração. Aqui, a obtenção desta rocha é facilitada pela disposição de camadas sub-horizontais em horizontes bem definidos, com separação distinta dos leitos.
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Pedreira de Lameiras.
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Adaptado de:
Gomes, Ana (2010). "O Lioz". Rochas Industriais e Ornamentais, Departamento de Ciências da Terra, Universidade Nova de Lisboa. |
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