04 julho 2013

Acidithiobacillus Ferrooxidans: a Bactéria Mineradora

   Na natureza existem bactérias que encontram nos minerais suas principais fontes de subsistência. Para a Acidithiobacillus Ferrooxidans, as jazidas de calcopirite (formadas por ferro, cobre e enxofre) representam um banquete.

Acidithiobacillus ferrooxidans

   Para a indústria mineradora, esta referência alimentar pode significar métodos mais sustentáveis para a extracção de cobre.

Biolixiviação

   Segundo a professora Denise Bevilaqua (Unesp de Araraquara) é possível aproveitar o metabolismo desta bactéria para fazer a mineração do cobre, através de uma técnica chamada biolixiviação. Enquanto colónias desses microrganismos consomem o ferro das montanhas de calcopirite, elas produzem o ácido sulfúrico necessário para promover a solubilização dos outros metais.

   Actualmente, a mineração do cobre é realizada por pirometalurgia, que extrai o cobre da calcopirite por combustão, exigindo grandes quantidades de energia. "Além disso, os rejeitos desse processo sofrem a acção do tempo e activam o metabolismo da bactéria, que ao lixiviá-los promove contaminação ambiental," esclarece Denise.

   O ambiente natural para a sobrevivência desta bactéria mineradora é um meio mineral contendo ferro como fonte de energia, acidez a 2,0 (o normal é 7,0), temperatura a 30ºC e alguns sais, como fosfato e potássio.

O projecto recebeu apoio da Vale e, actualmente, a professora Denise está em negociações com empresas interessadas em adoptar o processo, continuando a trabalhar para aumentar a eficiência da biomineração. "Precisamos aprimorar o processo de manipulação dessa bactéria e conseguir a lixiviação bacteriana em escala industrial para recuperação de cobre e outros metais, como já ocorre em países como Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Chile, México", conclui.

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