07 outubro 2013

Peças de obsidiana utilizadas no Neolítico viajaram 1200km há 6000 anos

Seis pedaços de obsidiana (vidro vulcânico), usados como ferramentas durante o Neolítico, "viajaram" 1200 quilómetros da ilha da Sardenha até Barcelona há 6000 anos, segundo uma equipa do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) espanhol.

"Trata-se da máxima distância documentada até à data no transporte desta matéria-prima, uma rocha usada para elaborar ferramentas no Mediterrâneo Ocidental, durante o Neolítico", refere o CSIC, em documentos enviados à Lusa.

Fragmentos de obsidiana analisados.

As seis peças analisadas (cinco folhas e uma matriz, a massa de matéria da que se extraíram as folhas), encontradas de cinco antigos túmulos localizados na província de Barcelona provém, concretamente, do maciço vulcânico de Monte Arci, na ilha de Sardenha.

Os investigadores utilizaram a fluorescência de raios X e uma técnica conhecida por A-ICP-MS (Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry), que permite analisar a “impressão digital” química da peça e compará-la com o seu local de origem. Os restos analisados percorreram mais de 1200 quilómetros, sendo o transporte feito por terra, chegando a ultrapassar os Pirenéus, uma vez que é improvável uma navegação em mar aberto.

"O estudo das impressões de desgaste dos restos demonstra a sua utilização em actividades quotidianas, de modo que não se trata de oferendas funerárias", explicam os investigadores.

Os fragmentos analisados no estudo serão expostos a partir de 18 de Novembro na Residência de Investigadores, em Barcelona.


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