Seis pedaços
de obsidiana (vidro vulcânico), usados como ferramentas durante o Neolítico, "viajaram" 1200 quilómetros da ilha da Sardenha até Barcelona há 6000 anos,
segundo uma equipa do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC)
espanhol.
"Trata-se da máxima distância
documentada até à data no transporte desta matéria-prima, uma rocha usada para
elaborar ferramentas no Mediterrâneo Ocidental, durante o Neolítico",
refere o CSIC, em documentos enviados à Lusa.
Fragmentos de obsidiana analisados.
As seis peças
analisadas (cinco folhas e uma matriz, a massa de matéria da que se extraíram
as folhas), encontradas de cinco antigos túmulos localizados na província de
Barcelona provém, concretamente, do maciço vulcânico de Monte Arci, na ilha de
Sardenha.
Os
investigadores utilizaram a fluorescência de raios X e uma técnica conhecida
por A-ICP-MS (Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry), que
permite analisar a “impressão digital” química da peça e compará-la com o seu
local de origem. Os restos analisados percorreram mais de 1200 quilómetros,
sendo o transporte feito por terra, chegando a ultrapassar os Pirenéus, uma vez
que é improvável uma navegação em mar aberto.
"O estudo das impressões de desgaste
dos restos demonstra a sua utilização em actividades quotidianas, de modo que
não se trata de oferendas funerárias", explicam os investigadores.
Os fragmentos
analisados no estudo serão expostos a partir de 18 de Novembro na Residência de
Investigadores, em Barcelona.
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