07 janeiro 2011

Apontamentos de Geologia Geral I -Sismos e sismologia I


Sismos, terramotos ou abalos sísmicos, todos são movimentos naturais, bruscos e de duração relativamente curta. O seu estudo, assim como dos abalos artificiais provocados pelo Homem, é feito pela Sismologia, área científica que se tem vindo a revelar ser de grande importância para a compreensão das principais características do interior da Terra.

Os sismos podem ocorrer naturalmente devido a movimentos de origem tectónica, actividade vulcânica, deslocamentos superficiais de terreno (abatimentos, escorregamentos). No caso de serem induzidos pelo Homem, podem resultar de explosões nucleares subterrâneas, grandes barragens, da injecção de fluidos em furos profundos, etc.

Um sismo consiste na vibração das partículas do solo produzida por uma brusca libertação de energia acumulada num qualquer ponto no interior da Terra designado de foco ou hipocentro. Esta acumulação de energia resulta da deformação progressiva e elástica das rochas por efeito de enormes forças de tensão que se fazem sentir sobre elas, sobretudo nos limites das placas tectónicas.

De acordo com a Teoria do Ressalto Elástico, a libertação de energia ocorre quando é ultrapassado o limite de elasticidade das rochas sujeitas a deformação, ocorrendo rupturas no interior da massa rochosa. Na zona de fractura, a falha activa, verifica-se o deslizamento brusco (ressalto) de um lado da falha relativamente ao outro. Este fenómeno é seguido de um reajustamento elástico que tende a repor a posição original dos dois blocos da falha.

O epicentro não é mais do que o ponto geográfico na superfície terrestre directamente acima do foco, e, como tal, o ponto à superfície onde o sismo se faz sentir com maior força.
A ocorrência de um sismo de grande expressão é muitas vezes precedida de pequenos abalos conhecidos por abalos premonitórios. Igualmente frequentes, são as réplicas ocorridas após os sismos, que, podendo suceder-se em número variável, são abalos de menor dimensão que traduzem a existência de movimentos de reajustamento junto à falha gerada pelo sismo.


A medição dos sismos
Actualmente, um sismo é medido através da sua intensidade e/ou da sua magnitude.
A intensidade sísmica é uma grandeza subjectiva, uma vez que é determinada em função dos efeitos provocados pelas ondas sísmicas nas regiões atingidas. A escala mais utilizada para medir a intensidade é a escala modificada de Mercalli, de natureza qualitativa e variando em 12 graus. O facto de diferentes regiões atravessadas pelas ondas sísmicas apresentarem diferentes graus de intensidade está relacionado com as características litológicas regionais e com a densidade populacional. A primeira influencia a maneira como o terreno reage à passagem das ondas sísmicas (terrenos mais frágeis têm tendência a quebrar e estabilizar após a passagem das ondas, enquanto zonas pouco rígidas, como as areias, têm tendência para continuar a reproduzir os efeitos das ondas sísmicas, funcionando quase como que «amplificadores»). A segunda está relacionada com o carácter subjectivo da escala de Mercalli, isto é, não poderá ser atribuída uma intensidade sísmica a uma região se ninguém recolher dados sobre o que nela se passou. 


A magnitude é uma grandeza definida em função da amplitude máxima das ondas sísmicas verificada nos sismogramas. Este parâmetro, conjugado matematicamente com a distância epicentral, permite quantificar a energia libertada no foco de um sismo, independentemente do local onde as captações tenham sido feitas. Dado o seu carácter objectivo, é possível atribuir um único valor de magnitude a um sismo, utilizando-se para esse efeito a escala de Richter. Esta é uma escala logarítmica com base dez, o que, em termos práticos, significa que um sismo de intensidade 5, será 10 vezes maior do que um com intensidade 4, e por aí em diante. 


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