24 janeiro 2011

Ouro tem origem extraterrestre

Impacto de asteróides deu origem a alguns metais preciosos.



Quase todo o ouro que a humanidade possui ou que está a ser extraído de minas é de origem extraterrestre. Foi trazido para a Terra por asteróides massivos que embateram no planeta no final da sua formação, há 4500 milhões de anos, sugerem os resultados de um estudo publicado na revista "Science".

Esta nova investigação traz fortes evidências de que o ouro, a platina e o paládio, entre outros metais, presentes no manto e na crosta da Terra, da Lua e de Marte, chegaram a tais sítios graças à queda de objectos celestes do tamanho de mini-planetas durante a fase da formação planetária do sistema solar. Estas colisões massivas aconteceram dezenas de milhões de anos depois do grande impacto que originou a Lua.

O estudo foi realizado por uma equipa de investigadores de várias instituições americanas, entre as quais a University of Maryland (incluindo o geólogo Richard Walker), o Southwest Research Institute e o Massachusetts Institute of Technology.
De acordo com o que se sabe sobre a formação da Terra e de outros planetas com as mesmas características, os elementos siderófilos, como o ouro, deveriam ter sido atraídos para o núcleo à medida que o astro se ia formando, pelo que a crosta terrestre tinha ser desprovida desse tipo de metais.

O facto de se poder extrair ouro desperta a curiosidade dos cientistas há muito tempo, sendo que já havia várias explicações científicas, mas nunca nenhuma tinha sido suportada por evidências significativas.

A explicação apresentada por este novo estudo é, segundo os seus autores, a que melhor se adapta às evidências. Os resultados sugerem que o maior astro que caiu na Terra tinha entre 2400 e 3200 quilómetros de diâmetro, sensivelmente do tamanho de Plutão, enquanto os que atingiram a lua eram dez vezes menores.

De acordo com os investigadores, estes corpos cósmicos eram grandes o suficiente para produzir o enriquecimento dos elementos siderófilos, mas não ao ponto de fazerem os seus fragmentos chegarem a fundir-se na Terra, a grande profundidade.

Fonte: www.cienciahoje.pt

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