A Galp irá investir 7,8 mil milhões de euros na exploração e produção de petróleo e gás natural de 2013 a 2017, ultrapassando sempre os mil milhões de euros por ano.
A empresa comprometeu-se, assim, a perfurar entre sete a dez
novos poços todos os anos junto a quase uma centena de analista, numa reunião no passado dia 5 de Março, em Londres. Os principais
mercados desta aposta serão o Brasil, Angola e Moçambique, a par da
Namíbia e Marrocos, os mais recentes países a integrarem a carteira de activos da Galp na área da exploração e produção de petróleo.
Os projectos no estrangeiro
Para desenvolver os projectos de exploração e produção
de petróleo previstos pelos consórcios em que a Galp participa, irão ser
construídos 16 navios-plataforma, designados FPSO*, com um custo total de cerca de
18,4 mil milhões de euros, equivalendo a mais do dobro do plano de
investimentos da Galp para 2013-2017, que é de 7,8 mil milhões.
Destes 16 novos FPSO, 14 destinam-se a operar nos
campos petrolíferos offshore do Brasil (sendo que, dez deles serão
instalados nos campos de Lula-Iracema, localizados na bacia de Santos).
Dois navios-plataforma serão colocados nos campos petrolíferos de Iara,
um será colocado no campo de Júpiter e outro no campo de
Carcará, também no offshore do Brasil.
Na exploração e produção da Galp prevista para Angola,
serão instalados dois navios FPSO na zona do bloco 32 e para o bloco 14
serão compradas duas plataformas de perfuração tradicionais. Já em
Moçambique, a Galp considera que terá de avançar para a construção de
duas unidades de liquefação de gás natural.
O presidente executivo da Galp, Manuel Ferreira de
Oliveira, referiu ao Expresso que os 16 navios-plataforma que vão ser
construídos - e cujo valor global ascenderá a cerca de 18,4 mil milhões
de euros -, não serão fabricados em estaleiros portugueses. Apesar de
Ferreira de Oliveira reconhecer a qualidade dos trabalhos do estaleiro
da Lisnave, admite que a maioria destes navios FPSO serão construídos em
estaleiros brasileiros.
A Galp irá, assim, reforçar em quase
dois mil milhões de euros o plano de investimento, agora revisto até
2017, para cerca de oito mil milhões de euros. O objectivo é gastar entre
1,4 mil milhões e 1,6 milhões de euros por ano, durante os próximos
cinco anos. O cenário anterior apontava para uma meta anual, no período
de 2012 a 2016, na ordem dos 1,2 mil milhões de euros, num total de seis
mil milhões de euros.
E Portugal?
“Neste momento, nesta fase dos estudos geológicos, a probabilidade de investimento seria mais na bacia do Alentejo do que na bacia de Peniche”, disse Ferreira de Oliveira no final da apresentação em Londres. Ressalva, no entanto, que, à medida que a prospecção for avançando estas estimativas podem mudar de rumo. “Portugal é um investimento de risco. Ou tem sucesso ou não tem e até ao final deste ano tomamos a decisão de perfurar ou não um poço em 2014 e tanto podemos avançar como podemos devolver a concessão ao Estado”, referiu.
Será, por isso, apenas nesse momento que a Galp irá decidir se inclui
Portugal na sua estratégia de crescimento para os próximos anos, o que, a
acontecer, poderá fazer mudar o plano de investimentos de longo
prazo da empresa.
*FPSO - Floating Production, Storage and Offloading; Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Descarga [...] plataformas com formato circular, que permite maior estabilidade e menor custo de construção, podendo assim
viabilizar campos petrolíferos de baixa produção em águas profundas ou
em ambientes oceânicos severos (in Wikipedia);
Texto adaptado de: Expresso Online , Diário de Notícias e dinheirovivo.pt
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