10 março 2013

Galp investe na exploração e produção de petróleo

A Galp irá investir 7,8 mil milhões de euros na exploração e produção de petróleo e gás natural de 2013 a 2017, ultrapassando sempre os mil milhões de euros por ano. A empresa comprometeu-se, assim, a perfurar entre sete a dez novos poços todos os anos junto a quase uma centena de analista, numa reunião no passado dia 5 de Março, em Londres. Os principais mercados desta aposta serão o Brasil, Angola e Moçambique, a par da Namíbia e Marrocos, os mais recentes países a integrarem a carteira de activos da Galp na área da exploração e produção de petróleo.

Os projectos no estrangeiro
Para desenvolver os projectos de exploração e produção de petróleo previstos pelos consórcios em que a Galp participa, irão ser construídos 16 navios-plataforma, designados FPSO*, com um custo total de cerca de 18,4 mil milhões de euros, equivalendo a mais do dobro do plano de investimentos da Galp para 2013-2017, que é de 7,8 mil milhões.

Destes 16 novos FPSO, 14 destinam-se a operar nos campos petrolíferos offshore do Brasil (sendo que, dez deles serão instalados nos campos de Lula-Iracema, localizados na bacia de Santos). Dois navios-plataforma serão colocados nos campos petrolíferos de Iara, um será colocado no campo de Júpiter e outro no campo de Carcará, também no offshore do Brasil.

Na exploração e produção da Galp prevista para Angola, serão instalados dois navios FPSO na zona do bloco 32 e para o bloco 14 serão compradas duas plataformas de perfuração tradicionais. Já em Moçambique, a Galp considera que terá de avançar para a construção de duas unidades de liquefação de gás natural.
 
O presidente executivo da Galp, Manuel Ferreira de Oliveira, referiu ao Expresso que os 16 navios-plataforma que vão ser construídos - e cujo valor global ascenderá a cerca de 18,4 mil milhões  de euros -, não serão fabricados em estaleiros portugueses. Apesar de Ferreira de Oliveira reconhecer a qualidade dos trabalhos do estaleiro da Lisnave, admite que a maioria destes navios FPSO serão construídos em estaleiros brasileiros.


A Galp irá, assim, reforçar em quase dois mil milhões de euros o plano de investimento, agora revisto até 2017, para cerca de oito mil milhões de euros. O objectivo é gastar entre 1,4 mil milhões e 1,6 milhões de euros por ano, durante os próximos cinco anos. O cenário anterior apontava para uma meta anual, no período de 2012 a 2016, na ordem dos 1,2 mil milhões de euros, num total de seis mil milhões de euros.


E Portugal?
“Neste momento, nesta fase dos estudos geológicos, a probabilidade de investimento seria mais na bacia do Alentejo do que na bacia de Peniche”, disse Ferreira de Oliveira no final da apresentação em Londres. Ressalva, no entanto, que, à medida que a prospecção for avançando estas estimativas podem mudar de rumo. “Portugal é um investimento de risco. Ou tem sucesso ou não tem e até ao final deste ano tomamos a decisão de perfurar ou não um poço em 2014 e tanto podemos avançar como podemos devolver a concessão ao Estado”, referiu. 

Será, por isso, apenas nesse momento que a Galp irá decidir se inclui Portugal na sua estratégia de crescimento para os próximos anos, o que, a acontecer, poderá  fazer mudar o plano de investimentos de longo prazo da empresa.

*FPSOFloating Production, Storage and Offloading; Unidades Flutuantes de Produção, Armazenamento e Descarga [...]  plataformas com formato circular,  que permite maior estabilidade e menor custo de construção, podendo assim viabilizar campos petrolíferos de baixa produção em águas profundas ou em ambientes oceânicos severos (in Wikipedia);


_______________________________
Texto adaptado de: Expresso Online , Diário de Notícias e dinheirovivo.pt

Sem comentários: