Infelizmente, para poucos, é clara a estreita ligação que
uma cidade tem com a geologia. Não só pelo facto de ser nela que se cravam as
fundações dos mais grandiosos palácios, das mais esplendorosas igrejas e das
mais humildes das casas. A cidade cresce e vive de toda uma rede de recursos,
dos quais o mais importante é a água. Nós vivemos da água, sim. Tiramos dela sustento.
Mas também se cultivam os solos e também se extrai pedra para construir. Toda a
construção de uma cidade está dependente da proximidade dos recursos naturais.
Não será por acaso que Lisboa é, sem sombra de dúvida, a Capital do Lioz.
Mas não é só do chão propriamente dito que se faz a
cidade. A sua forma também é importante. Colinas e vales, terrenos mais
aplanados, cursos de ribeiras, todos estes «acidentes» condicionam o
crescimento, expansão e organização de uma cidade. Vejam-se as colinas e os
«Altos», vejam-se os terreiros e os cabeços, vejam-se as praias. Beba-se das
fontes!
E o que é que condiciona tudo isso?
A geologia. As rochas em que se fundou a cidade, são
também quem lhe dá as colinas solarengas e os vales cada vez mais escondidos.
Lisboa não é (e ainda bem) a planura que há noutros
sítios. Como o Marquês de Pombal descobriu, a cidade não pode ser erguida a
régua e esquadro. E ainda bem.
Com o crescimento dos bairros, com os anos, as pedreiras
que havia nos «arrabaldes», foram ficando esquecidas, passando a fazer cada vez
mais parte do coração cosmopolita. E assim se encontram as inúmeras ruas das «pedreiras».
E não só.
Lisboa é muita mais rica em toponímia geológica do que os
mais desatentos possam pensar. Viajemos, então, às ruas da capital, e
descubramos mais algumas das estórias que a História não deve esquecer.
Mais fotos da antiga Lisboa AQUI
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