Foi
descoberto por um grupo de especialistas internacionais em 2010, nas rochas
sedimentares marinhas da Formação Kuanti, no Sul da China. Sendo a pesquisa
elaborada por estes especialistas, divulgada na revista Nature.
Visão artística do peixe primitivo descoberto.
Foto: Brian Choo
Este peixe,
que viveu nos mares há 419 milhões de anos, durante o período Silúrico e media
cerca de 20cm de comprimento, pode ajudar os especialistas a esclarecer o
aparecimento dos animais com mandíbulas um processo essencial para que os
vertebrados (incluindo o homem), desenvolvessem a capacidade de morder e
mastigar alimentos. Até então, os especialistas tinham que conviver com uma
grande lacuna, separando os animais com e sem mandíbula.
A equipa
liderada por Min Zhu, do Instituto de Paleontologia e de Paleoantropologia dos
Vertebrados em Pequim, baptizou o animal de Entelognathus
primordialis (“mandíbula completa primordial”). Este peixe possuía-a
surpreendentes características anatómicas, tratando-se actualmente, do mais
antigo animal com mandíbula moderna.
Duas vistas da sua cabeça fóssil
do Entelognathus primordialis.
O Entelognathus primordialis é um
placodermo, um grupo extinto de peixes primitivos. A análise feita a este
fóssil, demonstra características diferentes dos outros placodermos descobertos
até então, apresentando ossos (faciais), em vez de maxilares feitos essencialmente
de cartilagem visto nos outros placodermos já conhecidos.
Ao
confirmar-se estes resultados, o novo fóssil poderá pôr em causa a história
natural dos vertebrados tal como é contada há mais de cem anos. Contradizendo a
ideia enraizada em paleontologia, de que o antepassado comum de todos os
vertebrados modernos era fisicamente parecido com os tubarões actuais.
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