As minas de ouro abandonadas nos arredores de Joanesburgo são o local onde muitos africanos arriscam a vida em condições precárias de segurança. Os acidentes com vítimas mortais são uma constante.
(www.bbc.co.uk) |
Por Andrew Harding, correspondente em África da BBC,
Era um pequeno buraco debaixo de uma laje de betão nas imediações de uma movimentada estrada nos arredores da cidade de Joanesburgo, na África do Sul.
Dirigimo-nos a um bairro, perto do estádio FNB do Mundial de Futebol, após ouvirmos que vários mineiros ilegais – que rotineiramente se enterram aos milhares no labirinto das antigas minas de ouro debaixo da cidade – tinham morrido noutro desabamento debaixo do chão.
Minutos após chegarmos, a primeira cara poeirenta apareceu à entrada do túnel.
Uma dúzia de mineiros saiu do buraco – não uma galeria, mas apenas uma passagem subterrânea ao lado da estrada, que de alguma forma permitiu o acesso à mina.
Trouxeram então o corpo para fora.
Os homens carregaram Thabang Konka, um cidadão de 28 anos do Lesoto, durante três horas desde o local onde o tecto do túnel colapsou sobre ele, esmagando-lhe a cabeça.
“Claro que é perigoso”, diz um dos mineiros, um Moçambicano chamado Domingo.
“Mas precisamos do dinheiro. Podemos ganhar 250rand (17,5€) por dia ou mais.”
Outro homem disse que conhecia sete colegas que morreram soterrados nos últimos oito meses.
“Tenho medo. Mas continuo a dizer a mim mesmo que também posso morrer ao atravessar a estrada”, conta.
Os mineiros juntam-se em volta do corpo de Thabang Konka, o qual colocaram cuidadosamente debaixo de uma árvore ali perto.
Cortam a esteira na qual o haviam enrolado e começam uma dança improvisada.
Batem as botas ritmicamente contra o solo poeirento e cantam com vozes profundas e guturais.
“É roubo”
“Agora temos que fechar o buraco”, diz Gordon Billing, um polícia sul-africano que chega ao local momentos depois com uma equipa que se apressa a vedar o local e remover o corpo.
“É um pesadelo”, conta Billing.
“Fechamos um e surge logo outro, como toupeiras. Há milhares de pessoas a trabalhar lá em baixo.”
Era um pequeno buraco debaixo de uma laje de betão nas imediações de uma movimentada estrada nos arredores da cidade de Joanesburgo, na África do Sul.
Dirigimo-nos a um bairro, perto do estádio FNB do Mundial de Futebol, após ouvirmos que vários mineiros ilegais – que rotineiramente se enterram aos milhares no labirinto das antigas minas de ouro debaixo da cidade – tinham morrido noutro desabamento debaixo do chão.
Minutos após chegarmos, a primeira cara poeirenta apareceu à entrada do túnel.
Uma dúzia de mineiros saiu do buraco – não uma galeria, mas apenas uma passagem subterrânea ao lado da estrada, que de alguma forma permitiu o acesso à mina.
Trouxeram então o corpo para fora.
Os homens carregaram Thabang Konka, um cidadão de 28 anos do Lesoto, durante três horas desde o local onde o tecto do túnel colapsou sobre ele, esmagando-lhe a cabeça.
“Claro que é perigoso”, diz um dos mineiros, um Moçambicano chamado Domingo.
“Mas precisamos do dinheiro. Podemos ganhar 250rand (17,5€) por dia ou mais.”
Outro homem disse que conhecia sete colegas que morreram soterrados nos últimos oito meses.
“Tenho medo. Mas continuo a dizer a mim mesmo que também posso morrer ao atravessar a estrada”, conta.
Os mineiros juntam-se em volta do corpo de Thabang Konka, o qual colocaram cuidadosamente debaixo de uma árvore ali perto.
Cortam a esteira na qual o haviam enrolado e começam uma dança improvisada.
Batem as botas ritmicamente contra o solo poeirento e cantam com vozes profundas e guturais.
“É roubo”
“Agora temos que fechar o buraco”, diz Gordon Billing, um polícia sul-africano que chega ao local momentos depois com uma equipa que se apressa a vedar o local e remover o corpo.
“É um pesadelo”, conta Billing.
“Fechamos um e surge logo outro, como toupeiras. Há milhares de pessoas a trabalhar lá em baixo.”
O ouro fez de Joanesburgo a cidade próspera que é actualmente |
Intermediários Indianos e Chineses são apontados como tenho um papel importante na compra do ouro, que é arduamente peneirado a partir de cada saco de areia arrastado até à superfície.
Os críticos acusam a polícia de desviar o olhar ou mesmo de participar activamente no negócio e culpam também as grandes companhias mineiras por não tomarem as medidas necessárias para fechar os túneis antigos.
Entretanto o corpo de Thabang Konka é coberto com um lençol e levado para uma mortuária estatal.
Os mineiros, ao lado de um conjunto de edificações de madeira, observam a polícia à distância, à espera da sua partida para poderem voltar ao subsolo.
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Adaptado de:
http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-24450370
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