Segundo um artigo publicado esta quinta-feira na revista Nature, os geólogos da Universidade de Yale estimamTerra terá um novo supercontinente dentro de 50 a 200 milhões de anos, a Amásia, que resultará da junção da América e da Ásia junto ao oceano Árctico. Os actuais continentes serão empurrados para uma massa de terra única, em redor do Pólo Norte.
Os investigadores propõem um modelo dos movimentos lentos dos continentes nas próximas dezenas de milhar de anos. “Primeiro deverão fundir-se as Américas e depois irão migrar para Norte, colidindo com a Europa e a Ásia, mais ou menos onde hoje existe o Pólo Norte”, disse Ross N. Mitchell, geólogo da Universidade de Yale e principal autor do estudo, na revistaNature. “A Austrália deverá continuar a mover-se para Norte e fixar-se perto da Índia”e o oceano Árctico e o mar das Caraíbas desaparecerão, dentro de 50 a 200 milhões de anos.
A última vez que a Terra assistiu a um supercontinente foi há 300 milhões de anos, quando todas as massas terrestres se fundiram no equador dando origem à Pangeia, situada onde hoje está a África ocidental.
Depois de estudarem a geologia das cadeias montanhosas em todo o mundo, os geólogos têm assumido que o próximo supercontinente se irá formar no mesmo local da Pangeia. Mas Ross N. Mitchell e os seus colegas têm uma ideia diferente: a Amásia deverá formar-se no Árctico, a 90 graus do centro geográfico do supercontinente anterior, a Pangeia.
Os geólogos chegaram a esta conclusão depois de analisar o magnetismo das rochas mais antigas para determinar as suas localizações no globo terrestre ao longo do tempo. Além disso, mediram como o manto move os continentes que “flutuam” à sua superfície.
“A forma como os continentes se movem tem implicações para a biologia – por exemplo, pode afectar os padrões da dispersão das espécies – e para as dinâmicas no interior da Terra”, disse Taylor M. Kilian, um dos autores do estudo, da Universidade de Yale.
“Compreender a disposição das massas dos continentes é fundamental para compreendermos a história da Terra”, disse Peter Cawood, geólogo na universidade britânica de St Andrews, na revista Nature. “As rochas são a nossa janela para a história.”
O geólogo David Rothery da Universidade Aberta, em Milton Keynes, no Sul da Inglaterra, disse à BBC que não está preocupado com o choque de continentes. “Podemos compreender melhor o Ambiente da Terra no passado se soubermos exactamente onde estavam os continentes”, disse. “Não me interessa se os continentes vão convergir no Pólo Norte ou se a Inglaterra vai colidir com a América num futuro longínquo. Prever o futuro tem muito menos importância do que saber o que aconteceu no passado.”
(Estudo em PDF)
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