11 março 2012

Meteorito provoca a última Idade do Gelo

Uma equipa de 16 investigadores de várias universidades encontrou no Lago Cuitzeo, no centro do México, uma camada de sedimentos fina com uma composição deveras estranha, com cerca de 12800 anos. De acordo com este estudo, publicado na revista científica  “Proceedings of National Academy of Science”, esta fina camada de sedimentos seria o resultado do impacto de um objeto cósmico com a Terra.
Esta colisão deixou uma camada negra rica em carbono e nanodiamantes que possui cerca de 10 cm de espessura e, possivelmente, esteve na origem de um repentino arrefecimento que iniciou o período gélido conhecido como Younger Dryas. As últimas hipótese apontavam para uma alteração da corrente do Golfo México, que teria descarregado demasiada água doce no Norte Atlântico, mas este trabalho dá “asas” a outra possibilidade. De facto, há 65 milhões de anos um impato, muito maior, provocou as alterações climáticas que acabaram com os dinossauros.
Os cientistas, dirigidos por Isabel Israde-Alcántara, da Universidade de Michoacana do México, recolheram provas que consideram conclusivas, a 2,8 metros de profundidade. Os nanodiamantes são de uma família compatível com uma grande colisão cósmica, para além disso, os investigadores identificaram umas pequenas esferas, que devem ter chocado a grande velocidade durante o impato.
Nenhum evento provocado pelo ser humano, vulcões ou outros fenómenos naturais pode explicar estes sedimentos, asseguram os investigadores. Estes materiais formam-se somente com um impacto extraterrestre”, afirma James Kennett, da Universidade de California, coautor do trabalho.
Os dados do Lago Cuitzeo sugerem que foi um asteróide ou um cometa de grandes dimensões, fragmentado em pedaços, que deverá ter entrado na atmosfera num ângulo muito baixo, provocando tanto calor que a colisão queimou toda a vegetação que existia ao seu redor e derreteu inclusivamente as rochas da superfície. Por conseguinte, como consequência, houve uma importante alteração no clima.
“Estes resultados são consistentes com outras descobertas na América do Norte, como a rápida extinção da megafauna que houve nesta altura, as modificações que existiram no ecossistema e inclusive a redução das populações humanas e as transformações culturais”, assinala Kennett.

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