Um estudo revela
que o continente africano está sobre uma vasta reserva de águas
subterrâneas. As bolsas agora mapeadas podem dar de beber a mais de 300
milhões de africanos que vivem hoje sem água potável.
Segundo
os cientistas britânicos, os aquíferos subterrâneos têm um volume de
água total 100 vezes superior à água encontrada na superfície.
Os
principais aquíferos localizam-se no norte do continente e cerca de
metade desta reserva estará no subsolo da Líbia, Argélia e Chade,
revelam os cientistas da "British Geological Survey", que, juntamente com a Universidade de Londres, mapearam em detalhe a quantidade e potencial rendimento do recurso.
Os
geólogos britânicos encontraram também grandes reservas nas costas da
Mauritânia, Senegal, Gâmbia e parte da Guiné-Bissau, assim como no Congo
e na região limítrofe entre a Zâmbia, Angola, Namíbia e Botswana,
detalha o estudo publicado esta quinta-feira na revista científica "Environmental Research Letters".
Os
especialistas recolheram os planos hidrológicos elaborados por
diferentes países africanos e os resultados de 283 estudos regionais
anteriores.
Mais de 300 milhões em África não têm acesso a água potável.
"Estas
grandes bolsas de água poderiam aliviar a situação de mais de 300
milhões de africanos que não dispõem de água potável e melhorar a
produção de culturas", afirmou o especialista do British Geological
Survey, à BBC.
Em
muitas zonas áridas e semi-áridas do continente seria possível extrair
facilmente água destas reservas, em muitos casos localizadas a menos de
25 metros de profundidade. Já nalguns países do norte, como a Líbia, as
reservas estão a mais de 250 metros de profundidade.
"O Corno de
África é onde se encontram os aquíferos mais pequenos, mas ainda assim
haveria uma quantidade suficiente para o consumo humano e uma extração
por poços não seria cara. Além disso, não seria necessário investir no
tratamento da água, porque a sua qualidade é muito boa", disse McDonald.
O
aumento da população aumenta as necessidades de água, para consumo e
rega, sendo que as projeções demográficas para as próximas décadas
apontam para a continuação desse crescimento.
Hoje, apenas cinco por cento dos terrenos férteis de África são irrigados.
Ainda
assim, segundo MacDonald, a exploração das reservas através de grandes
perfurações não é a melhor estratégia, devendo antes ser extraída apenas
a quantidade de água que possa ser reposta pelas precipitações.
Retirado de:
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2432754&page=-1
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