06 novembro 2013

Rio Tinto e a automatização do transporte de minério

Rio Tinto lança um ambicioso programa de automatização do transporte de minério. (fonte)

A internacional mineira, Rio Tinto, anunciou que irá automatizar o transporte de minério a longas distâncias na mina de Pilbara, Austrália. O novo sistema AutoHaul, que deverá estar completamente operacional a partir de 2015, irá incluir a automatização dos sistemas de transporte ferroviário, sendo que a Rio Tinto pretende também automatizar parte do seu transporte rodoviário (camiões).

Minas do Futuro
A crescente procura por minério de ferro, em especial pelo mercado chinês, tem levado as empresas mineiras a cortar nos custos de produção, em especial no que toca à automatização de processos extractivos e de transporte.

Vagões de transporte de minério, na Austrália. (fonte)
A Rio Tinto irá investir $7.2 biliões no  seu "Programa Mina do Futuro" (Mine of the Future Program), que contempla a expansão e modernização das suas explorações de ferro, incluindo a implementação do sistema AutoHaul. Este sistema, anunciado como primeiro a nível mundial, irá custar $518 milhões e consistirá na total automatização do processo de transporte ferroviário de longas distâncias. De acordo com o Credit Suisse Group AG, o sistema AutoHaul, que se espera estar operacional em 2015, será composto por 1.500km de caminhos-de-ferro, 10.000 vagões e comboios que chegarão a atingir os 2,3km de comprimento. Todo este sistema será gerido remotamente a partir de um centro de controlo na cidade australiana de Perth.

Fazendo também parte do "Programa Mina do Futuro", a Rio Tinto planeia automatizar 40% da sua frota de camiões até 2016.

O programa de automatização do transporte ferroviário, apresentado como primeiro a nível mundial, custará US$515.000. Actualmente, a empresa possui um total de 1.500km de linhas ferroviárias e utiliza 41 comboios para o transporte entre as minas e os portos. (fonte)


Redução de custos
Os operadores dos comboios na região de Pilbara, na Austrália ganham cerca de $224.000 anualmente, praticamente o mesmo que um cirurgião nos Estados Unidos. Segundo a empresa de crédito bancário CIMB Australia Ltd., a Rio Tinto poderá vir a poupar $94 milhões anualmente se reduzir o número de maquinistas até 400.

Do mesmo modo, a empresa pretende, também, reduzir o número de operadores dos camiões, sendo de referir que a maior exploração de ferro da Rio Tinto é praticamente composta por camiões sem condutor.

De acordo com o analista do Deutsche Bank, Paul Young, o objectivo da empresa é reduzir os custos em $15,60 por tonelada até 2020, começando com os $23,10 por tonelada do fim deste ano. A automatização permitirá cortar $1.90/t nos custos e irá fazer aumentar a produção em 20 milhões de toneladas (5%).


Automatização do transporte rodoviário
Os testes para automatização do transporte rodoviário (Autonomous Haulage Roullout) começaram em 2008 e,desde então, os camiões autónomos percorreram 1milhão de quilómetros e transportaram milhões de toneladas de minério com sucesso.

Os resultados iniciais indicam um total retorno do investimento da empresa, quer em termos produtivos, quer de segurança e ambientais. A Rio Tinto espera ter mais de 40 camiões autónomos a operar em Pilbara até ao início de 2014, pretendendo atingir o mínimo de 150 até 2015.

Um dos camiões utilizados pela Rio Tinto para testar a automatização do transporte entre 2008-2011. (fonte: Rio Tinto)
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Referências:

Traduções: ROMMAN

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