14 agosto 2011

A Terra poderá ter tido duas luas

Uma nova teoria, descrita num artigo publicado na revista Nature, sugere que a Terra poderá ter tido uma segunda Lua, mais pequena, que desapareceu numa colisão lenta com a sua irmã.

Há vários anos que os cientistas tentam perceber por que razão o lado visível da Lua é maioritariamente plano enquanto o lado oposto apresenta montanhas com mais de 3 mil metros.

Durante este tempo, têm sido propostas várias teorias para explicar o que determinou esta diferença na topografia lunar. Os últimos artigos publicados sobre o assunto referiam-se a uma série de colisões cósmicas durante um longo período de tempo.

Cientistas afirmam que a Terra foi atingida há cerca de 4 mil milhões de anos por um outro planeta do tamanho de Marte, numa teoria que ficou conhecida como Hipótese Impacto-Global. Os detritos resultantes poderão ter formado a amálgama de detritos que originou a Lua.

Uma equipa de cientistas refere agora, num artigo publicado na revista científica Nature, que a Terra poderá ter tido uma segunda Lua, mais pequena.

Martin Jutzi, da Universidade de Bern, na Suíça, é um dos autores deste artigo. Explicou que «quando olhamos para esta teoria não há nenhuma razão para se ter formado apenas uma Lua.»

Depois de estar «presa», durante milhões de anos, a pequena lua embarcou numa rota de colisão com a sua irmã. A colisão foi lenta, a uma velocidade inferior a 3 km/s, mais baixa que a velocidade do som nas rochas. «Isto é importante porque significa que não houve grandes choques ou fusão» durante o processo.

Na altura da colisão, a grande Lua teria um «oceano de magma» coberto com uma crosta fina. Os cientistas argumentam que o impacto terá levado à acumulação de material sobre a crosta lunar, o que formou as montanhas e, terá redistribuído o magma para o lado visível da lua. A redistribuição do magma é apoiada por observações da sonda lunar Prospector.

Maria Zuber, do MIT, sugere que o novo estudo «demonstra plausibilidade em vez de provas.» Os autores «aumentaram a possibilidade legítima que após um impacto gigante com a Terra talvez, fugazmente, possuía mais do que uma Lua.»

Os investigadores envolvidos neste estudo esperam que os dados detalhados das estruturas internas da Lua, obtidos pela sonda da Nasa, Lunar Reconnaissance Orbiter e, os mapas de alta resolução da missão Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL), irão fundamentar ou desafiar a sua teoria no próximo ano.

Por outro lado, aguardam por »uma amostra do lado escuro da Lua de uma missão tripulada [que] irá certamente ajudar a dizer qual a teoria mais provável.»


Adaptado de: Naturlink

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