A actividade sísmica entre a Índia e a Austrália
era já significativa antes dos movimentos de Abril passado, mas aumentou
consideravelmente desde o terramoto de Banda Aceh, explicam os investigadores.
“A deformação da placa pode originar terramotos de magnitudes nunca antes
registadas”, diz Delescluse, autor principal de um dos três estudos que analisam
as causas e as consequências dos sismos.
Não existe ainda uma fronteira clara que divida a
placa, mas possivelmente surgirá entre o oeste de Sumatra e o sudeste da Índia.
O primeiro terramoto, de 8.7 graus, foi desencadeado pela ocorrência de pelo
menos quatro fissuras na placa, em apenas 160 segundos. O terramoto foi sentido
desde a Índia até à Austrália, incluindo o sul e o sudeste asiático. Duas horas
depois ocorreu um segundo sismo, de 8.2 graus na escala de Richter.
“Nunca tínhamos visto um terramoto como este. Faz parte
da cisão desordenada da placa. É um processo geológico que levará milhões de
anos até que se forme uma nova fronteira e, provavelmente, será necessário
haver milhares de terramotos de magnitudes semelhantes para que isso suceda”,
diz Keith Koper, sismólogo e co-autor de um dos artigos.
Ao contrário do sismo de Banda Aceh, os terramotos
de Abril não deram lugar a tsunami apesar da sua elevada magnitude, já que
foram provocados por movimentos horizontais de falhas oblíquas. Na região, nos dias
seguintes a ambos os terramotos, o número de sismos com magnitudes superiores a
5.5 graus multiplicou-se cinco vezes, chegando a produzir-se até 1500
quilómetros do epicentro dos dois primeiros.
Artigos:
- April 2012 intra-oceanic seismicity off Sumatraboosted by the Banda-Aceh megathrust
- The 11 April 2012 east Indian Ocean earthquaketriggered large aftershocks worldwide
- En échelon and orthogonal fault ruptures of the 11April 2012 great intraplate earthquakes
Adaptado de:
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55713&op=all
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