03 outubro 2012

Divisão da placa Indo-Australiana aumenta magnitude de sismos

   Há quase 50 milhões de anos, a placa Indo-Australiana começou a dividir-se em duas, ou mesmo em três, um processo muito lento que os sismólogos já conheciam. Associado a esta ruptura está o terramoto de 9.2 graus na escala de Richter, com epicentro em Banda Aceh, que ocorreu em Dezembro de 2004, e o posterior tsunami que provocou 228 mil vítimas no sudeste asiático, bem como os sismos que em Abril deste ano se sentiram em Sumatra (Indonésia), que alcançaram 8.7 e 8.2 graus na escala de Richter.



   A actividade sísmica entre a Índia e a Austrália era já significativa antes dos movimentos de Abril passado, mas aumentou consideravelmente desde o terramoto de Banda Aceh, explicam os investigadores. “A deformação da placa pode originar terramotos de magnitudes nunca antes registadas”, diz Delescluse, autor principal de um dos três estudos que analisam as causas e as consequências dos sismos.

   Não existe ainda uma fronteira clara que divida a placa, mas possivelmente surgirá entre o oeste de Sumatra e o sudeste da Índia. O primeiro terramoto, de 8.7 graus, foi desencadeado pela ocorrência de pelo menos quatro fissuras na placa, em apenas 160 segundos. O terramoto foi sentido desde a Índia até à Austrália, incluindo o sul e o sudeste asiático. Duas horas depois ocorreu um segundo sismo, de 8.2 graus na escala de Richter.

  “Nunca tínhamos visto um terramoto como este. Faz parte da cisão desordenada da placa. É um processo geológico que levará milhões de anos até que se forme uma nova fronteira e, provavelmente, será necessário haver milhares de terramotos de magnitudes semelhantes para que isso suceda”, diz Keith Koper, sismólogo e co-autor de um dos artigos.

   Ao contrário do sismo de Banda Aceh, os terramotos de Abril não deram lugar a tsunami apesar da sua elevada magnitude, já que foram provocados por movimentos horizontais de falhas oblíquas. Na região, nos dias seguintes a ambos os terramotos, o número de sismos com magnitudes superiores a 5.5 graus multiplicou-se cinco vezes, chegando a produzir-se até 1500 quilómetros do epicentro dos dois primeiros.


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Adaptado de:
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=55713&op=all

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