O estudo, liderado
pelo investigador Joseph Michalski, do Instituto de Ciência Planetária de
Tucson, nos EUA, sugere novas evidências de que Marte pode ter tido vulcões
gigantes no passado. A descoberta foi publicada na revista “Nature” e segundo os cientistas, pode
mudar o actual panorama sobre a actividade vulcânica e a evolução climática de
Marte.
Estes dados são
sustentados pela descoberta de crateras irregulares, localizadas na Arabia
Terra, região planáltica no norte de Marte, que constituem uma zona vulcânica
desconhecida até agora.
Candidato a super-vulcão em Marte, chamado
Oxus Patera.
Segundo Joseph
Michalski, em declarações à agência Efe, referiu que os super-vulcões “provavelmente formaram-se nos primeiros 1000
milhões de anos da história de Marte", sendo que o planeta "tem 4600 milhões de anos, como a
Terra".
Os cientistas
já sabiam da formação de vulcões em Marte, contudo, este novo estudo refere-se
a outro tipo de actividade vulcânica, a de vulcões "muito explosivos, que estão entre os mais antigos de Marte".
Semelhantes a Yellowstone
Para os investigadores, as
crateras são semelhantes às dos super-vulcões que se formaram na Terra, como o do
Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, com uma área de quase 9000
Km2. As características das crateras de Marte indicam que estas
formaram-se devido a uma erupção de enormes proporções, que depois entraram em
colapso.
Visão em alta resolução de depósitos de
materiais
em camadas e colapso da região de Eden Patera.
Os materiais
vulcânicos descobertos em redor de Arabia Terra, poderão ter origem nessas gigantescas
erupções. Além disso, os compostos voláteis libertados pelos super-vulcões teriam
alterado o clima do planeta.
A equipa de
Joseph Michalski analisou a topografia do planeta a partir de dados obtidos através
do instrumento a laser Mars Orbiter Laser
Altimeter (MOLA), colocado em órbita a bordo da sonda americana Mars Global Surveyer, além de informação
recolhida na missão espacial não tripulada Mars
Express, que estuda o planeta desde 2003.
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